Moradores queimam ônibus em protesto contra prisão na zona leste

LUDIMILA HONORATO E BIBIANA BORBA – O ESTADO DE S.PAULO

17 Abril 2017 | 23h31

Motorista foi rendido por homem armado na Avenida Celso Garcia, no Belenzinho; não houve feridos

Moradores queimam ônibus em protesto contra prisão na zona lesteA Avenida Celso Garcia, na região do Belenzinho, foi completamente interditada para a retirada do ônibus incendiado Foto: Vitor Matsumura/Estadão

SÃO PAULO – Um ônibus foi incendiado na Avenida Celso Garcia, no Belenzinho, zona leste de São Paulo, na noite desta segunda-feira, 17. Conforme a Polícia Militar, o motorista do veículo foi rendido por um homem armado, que ordenou que o coletivo fosse desocupado. Em seguida, ele e outras pessoas atearam fogo no ônibus da linha 278A/10 – Metrô Santana/Penha, próximo à Rua Doutor Clementino.

Policiais que chegaram ao local foram atingidos por pedras jogadas pelos manifestantes. Um adolescente foi apreendido após a confusão. A PM afirma que o protesto foi uma represália de moradores da comunidade Nelson Cruz contra a prisão de um homem pela Polícia Civil no dia anterior.

Os bombeiros controlaram o fogo, e ninguém ficou ferido. O veículo queimado bloqueou parcialmente a Avenida Celso Garcia na manhã desta terça-feira, 18. Equipes trabalharam para restabelecer a energia elétrica e a circulação dos trólebus, afetadas pelo incêndio na região. A via foi totalmente liberada no início da tarde desta terça.

Fonte: Estadão.com

Protesto bloqueia trânsito na Avenida Celso Garcia, no Brás

O ESTADO DE S. PAULO

28 Setembro 2015 | 21h 29

De acordo com a PM, a prisão de um homem pela Polícia Civil na tarde desta segunda desencadeou a manifestação dos moradores

SÃO PAULO – Um grupo de cerca de 200 pessoas, segundo a Polícia Militar, protesta na noite desta segunda-feira, 28, na Avenida Celso Garcia, altura do número 2.000, no Brás, zona leste de São Paulo.

De acordo com a PM, a prisão de um homem pela Polícia Civil na tarde desta segunda na Vila Nelson Cruz, nas proximidades do local, desencadeou a manifestação dos moradores, que começou por volta das 19h50. Não há informações sobre o porquê da apreensão.

Nas redes sociais, pessoas que passavam pela Avenida Celso Garcia por volta das 20h30 relatavam trânsito bloqueado e bombas de gás lacrimogêneo, que teriam sido jogadas pela PM. Após 20 minutos, no entanto, a via foi liberada e os manifestantes passaram a fechar a Rua Nelson Cruz.

Favela Nelson Cruz: Cadê o resultado do convênio para construção de moradias?

Abaixo notícia publicada no site do Governo do Estado de São Paulo destacando convênio assinado com a Prefeitura para construção de 2.425 moradias e erradicação de 4 favelas, entre elas a Nelson Cruz.

Três anos depois tudo continua igual na favela Nelson Cruz, ao lado do Parque Belém, projeto atolado em burocracias e promessas. 

Até quando os moradores da comunidade serão ignorados, marginalizados e esquecidos pelo Poder Público que só faz promessas?

Vejam o projeto de reurbanização proposto para a favela Nelson Cruz:

Projeto “Pra todo lado” sobre a favela Nelson Cruz

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Governo do Estado de São Paulo

Qua, 15/06/11 – 08h00

Alckmin assina convênio com Prefeitura da capital para construir 2.425 moradias

Outros 1.055 domicílios receberão obras de urbanização e infraestrutura; CDHU investirá mais de R$ 217 milhões nas ações

O governador Geraldo Alckmin e a Prefeitura de São Paulo firmaram nesta quarta-feira, 15, uma parceria para a construção de 2.425 novas unidades habitacionais para a população de baixa renda das comunidades de Heliópolis, Lidiane/Sampaio Corrêa, Jardim Pabreu e Nelson Cruz. A assinatura dos convênios aconteceu no Palácio dos Bandeirantes, na capital.

Obras de urbanização e infraestrutura beneficarão outros 1.055 domicílios da comunidade de Jardim Pabreu. A Secretaria da Habitação, por meio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), e a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) devem investir, em conjunto, R$ 297,7 milhões nas obras de intervenção nas quatro favelas, transferência de famílias, consolidação de domicílios já existentes e construção de novos imóveis. Do valor total, a Secretaria da Habitação e a CDHU investirão mais de R$ 217 milhões.

“Nós somos o único Estado da Federação que investe 1% do ICMS em habitação popular, para famílias de baixa renda. Governar é escolher, e São Paulo escolheu bem, investindo em moradia que gera muito emprego, muito emprego na construção civil, ajudando famílias que estão em áreas de risco, em locais impróprios com risco à saúde e à vida”, declarou Alckmin.

Os convênios das favelas Heliópolis, Lidiane e Jardim Pabreu foram autorizados pelo governador Geraldo Alckmin e pelo secretário da Habitação, Sílvio Torres. Assinaram os documentos o presidente da CDHU, Antônio Carlos do Amaral Filho, e o secretário municipal de Habitação, Ricardo Pereira Leite. O prefeito Gilberto Kassab também esteve presente no evento, onde também foram anunciadas as obras de outro convênio firmado entre Prefeitura e Governo para erradicação da favela de Nelson Cruz, no Tatuapé, próxima à antiga Febem.

Os quatro convênios são decorrência do Termo de Cooperação firmado entre Governo do Estado de São Paulo e Prefeitura de São Paulo em fevereiro deste ano, que prevê ações conjuntas nas áreas de Habitação, Educação, Saúde, Meio Ambiente, Transportes Metropolitanos, Saneamento e Desenvolvimento.

Heliópolis
Maior favela da metrópole paulistana, Heliópolis, no bairro do Ipiranga, abriga cerca de 18 mil domicílios numa área de um milhão de metros quadrados. Por meio de parceria firmada com a Prefeitura em 2006, a CDHU já atuou em Heliópolis entregando 827 novas unidades habitacionais e beneficiando 2.904 domicílios já existentes com obras de urbanização.

O novo convênio prevê investimentos conjuntos de R$ 147,1 milhões. A CDHU repassará à Sehab R$ 98,64 milhões para a construção de 1.050 novas unidades. Desse total, 186 unidades serão construídas na Gleba H de Heliópolis e 864 unidades ficarão na área de Almirante Delamare. O projeto prevê ainda área de lazer e paisagismo no novo empreendimento.

A Prefeitura deve oferecer contrapartida de R$ 48,52 milhões, utilizados no pagamento de auxílio aluguel para 800 famílias removidas, demolição das atuais moradias, afastamento de entulho, implantação de coletor tronco de esgoto, reforma de apartamentos existentes e implantação de equipamentos sociais, como creche e auditório. Ao final da construção, a CDHU fará a comercialização das novas unidades junto aos novos mutuários.

Jardim Pabreu
A segunda favela atendida pelos novos convênios firmados entre o Governo do Estado de São Paulo e a Prefeitura é a de Jardim Pabreu, localizada em área de proteção aos mananciais, próxima à represa Billings. Governo e Prefeitura investirão juntos R$ 77,5 milhões no local. A CDHU repassará à Sehab R$ 56,3 milhões para a construção de 560 novas moradias, além de obras de urbanização de outros 1.055 domicílios, que serão beneficiados com energia elétrica, água encanada, sistema de esgoto, pavimentação e paisagismo. A Prefeitura oferecerá contrapartida de R$ 21,2 milhões na adequação de moradias existentes, apoio habitacional às famílias e elaboração do projeto executivo.

A área do Jardim Pabreu está inserida no Programa Mananciais, que propõe a conservação e saneamento ambiental das represas, a partir do controle da ocupação desordenada e recuperação social e ambiental dos espaços degradados. O programa Mananciais já mereceu investimentos de R$ 187,8 milhões da CDHU, que está construindo 2.548 novas unidades para assentamento de famílias em áreas de risco próximas a mananciais.

Lidiane/Sampaio Corrêa
Na área denominada Lidiane, a Secretaria Municipal da Habitação já implantou dois conjuntos habitacionais. A CDHU atua na área desde 2007, quando firmou parceria com a Prefeitura para erradicação de favelas ao longo da Marginal Tietê. Das favelas Sampaio Corrêa, Aldeinha e Ilha Verde, foram retiradas 357 famílias. Dessas, 164 já foram atendidas pela CDHU em outros empreendimentos. As 193 famílias restantes, que estavam em moradias provisórias, serão atendidas agora, em Lidiane. O novo convênio prevê investimentos conjuntos de R$ 25,3 milhões, sendo R$ 14,6 milhões repassados pela CDHU à Sehab, para a construção de 235 novas unidades. A contrapartida da Prefeitura será de R$ 10,6 milhões, aplicados na demolição das moradias existentes, afastamento dos entulhos, serviços técnicos, projetos complementares e apoio habitacional às famílias.

Nelson Cruz
A Secretaria da Habitação e a Prefeitura de São Paulo assinaram em convênio para a erradicação da favela de Nelson Cruz, localizada no Tatuapé, próxima à antiga Febem. A área é considerada de risco à integridade dos moradores, devido à alta densidade e grande quantidade de vielas de passagem, muito estreitas, que dificultam a urbanização. Recentemente, um incêndio desabrigou 84 famílias. Para resolver o problema, o Governo está implantando no local o Parque Belém. A CDHU participa do projeto com a aquisição do terreno da favela Nelson Cruz, na qual foram investidos R$ 2,9 milhões. Agora aplicará R$ 45 milhões na construção de 580 novas unidades habitacionais. Durante a obra, as famílias serão atendidas em soluções provisórias de moradia, retornando quando as unidades estiverem concluídas.

Da Secretaria da Habitação e da CDHU

http://www.saopaulo.sp.gov.br/spnoticias/lenoticia.php?id=215115&c=6

Habitação avalia obras para Pau-Queimado e Nelson Cruz

 12/04/2014

A intenção da Prefeitura de recuperar áreas degradadas da Zona Leste ainda precisa de ações mais contundentes para apresentar resultados. A opinião é de moradores que convivem com a realidade da Avenida Celso Garcia, entre os bairros do Brás, Belém e Tatuapé, e também de habitantes de comunidades, como Pau-Queimado e Nelson Cruz, que esperam pela reurbanização da área onde moram. A Sociedade Amigos do Belém, por exemplo, luta há vários anos para aumentar o policiamento ostensivo da região e melhorar a qualidade de vida de seus moradores.

CONSEG
O mesmo acontece com representantes do Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) do Parque São Jorge, que buscam junto ao Estado e a Prefeitura o resgate de algumas características que o bairro foi perdendo com o tempo, como a amizade entre vizinhos e a despreocupação ao caminhar pelas ruas, independente do horário. Segundo eles, isso passa, necessariamente, pelo investimento em habitação na comunidade Pau-Queimado, com centenas de moradores.

Para os membros da entidade e da própria Polícia Militar, a restauração das moradias poderá resultar na diminuição da presença de usuários de drogas na região, pois, infelizmente, eles buscam o comércio de entorpecentes na comunidade, entre outros pontos.

Com relação a Nelson Cruz, a PM intensificou o policiamento no entorno, mesmo sabendo do trabalho social e cultural existente na comunidade, que tenta incentivar crianças e adolescentes a participarem de atividades ligadas ao teatro, grafite e dança. Isso porque alguns casos relacionados a furtos e roubos nas proximidades têm levado a polícia até o local.

CONVÊNIO
Com base na realidade dos bairros e das comunidades, a reportagem voltou a entrar em contato com a Secretaria Municipal da Habitação que, há cerca de um ano, vem estudando uma maneira de atender as demandas por moradia. Com essa perspectiva, na semana anterior a Secretaria enviou à redação a seguinte resposta: “As comunidades Pau Queimado e Nelson Cruz serão atendidas por meio de um convênio entre o Governo do Estado, através da CDHU, Caixa Econômica Federal (CEF) e a Secretaria Municipal da Habitação. A Sehab tem o compromisso de atendimento social das famílias. A CDHU e a CEF vão construir o conjunto habitacional e comprar a área. Para isso, as ações estão sendo ajustadas entre as partes para que o processo se desenvolva. Reafirmamos o compromisso de que nenhuma família ficará sem atendimento habitacional. Com as intervenções, todas serão atendidas.